A introdução de alterações simples nos programas e processos organizacionais pode ajudar a garantir que as metodologias de CLTS contribuam de forma mais eficaz para a redução geral das vulnerabilidades à violência.
O CLTS visa um saneamento total em que ninguém pratique o fecalismo a céu aberto, o que, por si só, tem já potencial para reduzir as vulnerabilidades à violência. As preocupações com segurança, privacidade ou dignidade ao usar instalações sanitárias podem, contudo, fazer com que as instalações não sejam usadas ou que sejam usadas apenas quando está escuro. Por muito que a má concepção ou localização de latrinas ou outras instalações sanitárias não sejam a causa última da violência, estas questões podem contribuir para aumentar a vulnerabilidade à violência, bem como o medo da violência, o que pode afectar o uso das instalações e também a capacidade das comunidades se tornarem e se manterem ODF.
Esta edição de Fronteiras do CLTS centra-se na questão da segurança e das vulnerabilidades à violência que mulheres, raparigas e, às vezes, rapazes e homens podem enfrentar e que estão relacionadas com higiene e saneamento. Aponta para áreas em que as metodologias de CLTS, se não forem habilmente usadas com consciência e cuidado, comportam o risco potencial de criar mais vulnerabilidades – por exemplo, como efeito lateral pressão da comunidade para alcançar o estatuto ODF. Cobre também as boas práticas dentro das organizações, para garantir que quem trabalha no sector sabe programar para reduzir vulnerabilidades à violência e garantir que os agentes do sector também não cometam nem sofram violência.