Dos dois mil milhões de pessoas que, em todo o mundo, têm falta de acesso a, pelo menos, saneamento básico, sete em cada dez vivem em zonas rurais. Tem-se verificado um aumento do saneamento rural e os níveis de acesso estão a subir, mas continua a haver entraves no que toca a percorrer o «último quilómetro», isto é, chegar aos últimos 10% a 20% da população que vive nos contextos mais difíceis.
São muito diversificados os factores que afectam a capacidade dos agregados familiares de construírem e utilizarem casas de banho, bem como os desafios que se colocam aos programas de saneamento no que diz respeito a chegar a determinados grupos. Está provado que não funciona a aplicação de abordagens com uma receita única para todos os casos. Precisamos, pois, de abordagens mais matizadas, mais adaptadas e mais dirigidas para captar o elemento de universalidade dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e garantir que ninguém seja deixado de lado.
Reconhecemos, contudo, que os desafios podem persistir e que existem poucos exemplos documentados de como superar estes desafios a uma escala mais ampla. O Sanitation Learning Hub, o UNICEF, e a WaterAid encomendaram este estudo para fazer um levantamento das abordagens de saneamento rural em contextos complexos e as orientações actualmente utilizadas, retirando daí as experiências e as lições que começam a surgir.
Este trabalho implicou entrevistas a 44 informadores e a consulta de mais de 180 recursos documentados. Esta Nota de Reflexão dá uma panorâmica geral dos resultados do estudo.